“Autismo leve” existe? Entenda os diferentes níveis do espectro

Muitos pais chegam perguntando: “Doutora, meu filho tem autismo leve?”. Antes de responder, gosto de explicar que falamos em espectro porque cada criança é única: algumas precisam de pouco apoio, outras precisam de muito.

Como diferencio esses níveis?

  • Pouco apoio: a criança fala, entende regras simples, mas tem dificuldade para iniciar conversa, tolerar mudanças na rotina ou entender piadas e expressões.
  • Apoio moderado: a comunicação já é mais limitada ou muito focada em um só assunto. Mudanças na rotina podem causar crises fortes.
  • Apoio intenso: fala pouco (ou nada) e depende bastante de um adulto para atividades diárias e para se regular emocionalmente.

Mesmo quem precisa de “pouco apoio” enfrenta desafios reais: medo de barulhos, ansiedade em festas, dificuldade de fazer amigos. Por isso prefiro perguntar “de quanto apoio seu filho precisa hoje?” em vez de usar o rótulo “leve”.

Por que descobrir cedo é tão importante?

  • Quanto mais cedo a criança recebe terapia adequada, melhor desenvolve fala, interação social e autonomia.
  • A escola pode adaptar atividades e reduzir frustrações.
  • A família aprende estratégias para evitar crises e estimular novas habilidades no dia a dia.

Atenção: não subestime as dificuldades só porque parecem “leves”. Cada passo dado cedo reduz barreiras no futuro e aumenta a qualidade de vida de toda a família.

Este conteúdo tem finalidade exclusivamente educativa e não substitui a avaliação médica presencial. Para diagnóstico e tratamento adequados, consulte sempre um profissional de saúde qualificado.